Mulher com “ossos de vidro” realiza sonho de ser psicóloga e abre consultório
Glady Silva é um verdadeiro exemplo de superação, que nos mostra que não existem limites quando se trata de realizar os nossos sonhos. Ela tem 51 anos e nasceu com osteogênese imperfeita, popularmente conhecida como a doença dos ossos de vidro. Por causa desta deficiência, Glady já sofreu duas fraturas na hora de nascer e ao longo da vida foram mais 100. Hoje, com 51 anos ela acaba de se formar psicóloga e abriu seu próprio consultório.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Relacionado: De cadeira de rodas ela criou 3 filhos, se formou e hoje trabalha
Em 2013 ela se formou em psicologia, na Faculdade Social da Bahia (FSBA). Neste dia foi seu irmão que a carregou no colo para que ela pudesse receber o tão sonhado diploma. Depois disso vieram mais conquistas, ela terminou sua pós-graduação em área cognitiva comportamental e neste ano começou sua segunda pós, em teoria da Gestalt.
Foi neste ano também que ela alugou uma sala para atender seus primeiros pacientes. Por enquanto ela só atende aos sábados e possui 4 pacientes fixos, apesar de receber o suficiente apenas para pagar a sala e o Uber que utiliza para ir e voltar, ela nunca foi tão feliz em sua vida. Maria de Lourdes Barbosa é uma de suas pacientes e sofre de depressão, mas afirma que desde que começou a ser tratada por Glady, passou a ver a vida sob outra perspectiva: “Só de chegar aqui e olhar para Glady minha depressão vai embora na hora. Ultimamente, vinha sentindo uma tristeza estranha. Com esse trabalho de Glady melhorei muito”.
Leia Mais
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Glady pode ter os ossos de vidro, mas mostra uma força imensa e sua história de vida nos ensina por si só: “A gente tem que saber trabalhar com a realidade da gente. A realidade que eu tenho é essa! O que eu vou fazer com ela?. A gente precisa aprender a ressignificar a realidade para que ela seja menos dolorosa”.
Nos últimos anos ela também escreveu sua autobiografia e agora está em busca de uma editora que queira contar sua história. Suas dificuldades também foram financeiras. Moradora de Itacaranha, no Subúrbio Ferroviário, lutou para conseguir pagar as primeiras parcelas da faculdade e depois conseguiu bolsa integral. Ia e voltada de ônibus sozinha e se virava dando aulas particulares para conseguir pagar suas contas.
A psicóloga nunca deixou de fazer as coisas que queria. Teve namorados, frequenta a praia e ama o carnaval, mas diz que sua maior dificuldade sempre foi a de conseguir emprego. Chegava até as etapas finais, mas depois da entrevista presencial, era dispensada. Preconceito? Talvez. Mas Glady tem uma ótima resposta para isso: “Costumo dizer que deficiente é o mundo. Deficiente é quem exclui as pessoas”.
Ossos de vidro
A osteogênese dela é grau 4, uma das mais graves e ela afirma já ter sofrido diversas fraturas involuntárias, mas diz que já aprendeu a lidar com a dor: “A primeira coisa é suportar a dor. Dor de fratura só sabe quem sente. E você ainda fica dois ou três meses imobilizado”. Muito mais do que enfrentar a dor física, Glady nos ensina que o que a vida espera de nós é coragem e aceitação.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Dá um play pra ver a linda reportagem feita pelo Correio:
Com informações de Correio 24 horas
Fotos: Marina Silva / Correio
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.