Pai com doença terminal escreve cartões para os filhos pequenos

Imagine a seguinte situação: você está prestes a fazer 50 anos de idade, mas já sabe, via diagnóstico médico, que irá morrer em breve – com sorte, em um ano, talvez dois. Esse é o caso do britânico Joe Hammond, que sofre de uma doença degenerativa do neurônio motor, ele infelizmente não poderá acompanhar o crescimento de seus dois filhos: Tom, de 6 anos, e Jimmy, de apenas 1. No entanto, Joe arranjou uma maneira de se fazer presente na vida deles, tanto em suas infâncias, como em suas juventudes.

“Estou escrevendo todos os cartões de aniversários dos meus filhos de uma vez só”, conta ele ao tabloide The Sun. “Já estou dizendo adeus aos meus dois garotos”. Basicamente, Joe está escrevendo um cartão para cada aniversário dos filhos, até que cada um complete 18 anos.

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“Foi um amigo meu que me disse que os aniversários são os momentos mais difíceis – um amigo que perdeu o pai e sente de maneira especial a sua falta nesses dias”, ele diz. “É daí que veio a ideia de escrever esses cartões. Foi isso que me fez perguntar como meus filhos se sentiriam e do que precisariam”, explica.

“Em cada cartão, escrevo uma pequena memória de algo que fizemos ou de um lugar ao qual fomos. Porque aprendi que as crianças que perdem os pais procuram por detalhes que possam ajudá-las a entender. Os detalhes mais simples do modo como vivíamos: o desodorante barato que eu usava ou o jeito como eu fazia ovos mexidos”, explica. “Esses pequenos detalhes das nossas vidas contam a história de quem somos, ou fomos”.

Adeus

“Observo como o meu papel na vida deles vai mudando gradualmente”, conta. “Também estou dizendo adeus à minha esposa. Olho quando ela põe minhas meias e sapatos. Ponho a minha mão sobre a sua cabeça e sinto a leveza das madeixas do seu cabelo. Penso na vida e nos sonhos que ela perdeu. Na dificuldade que enfrentamos agora. Na vida e na perda para a qual não nos preparamos”.

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Joe também conta como começou sua doença. “Começou com um pé que não conseguia sair do chão. Foi sutil no começo: a sensação de que eu tinha pisado em um chiclete”, relata. “Quando falo [qualquer coisa], me pergunto quem é essa pessoa sussurrando [em sua mente]”.

“Mas por mais chocantes que sejam essas mudanças, elas não são as minhas verdadeiras perdas. A minha perda está em algum lugar no futuro. É uma cena silenciosa de uma mãe e dois meninos levando o lixo para fora, descarregando as compras ou perambulando pela cozinha”, desabafa.

“Já estou na metade dos cartões. Acelerei um pouco. Os músculos das minhas pernas foram primeiro, mas agora as minhas mãos estão cedendo. Mas vou escrever esses cartões. Vou escrevê-los sabendo, de alguma forma, que estarei lá para os meus garotos”, conclui.

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Fonte: Sempre Família

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