Corredor cego ajuda atleta-guia e dupla conquista o bronze no Parapan

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corredores parapan

Os corredores Yeltsin Jacques e Rafael Santeramo correm literalmente grudados – e não é força de expressão. Yeltsin tem 0,5% da visão, o suficiente para apenas enxergar vultos, e precisa de um atleta-guia, Rafael, para participar das competições dos 5 mil metros do Parapan de Lima 2019.

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Eles treinam juntos há mais de um ano e nutrem uma forte amizade que perdura há quase um ciclo olímpico.

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Com o início das competições, eles chegaram como francos favoritos ao ouro devido aos resultados conquistados ao longo do ano. Nos primeiros 4 mil metros tudo ia se encaminhando para o lugar mais alto do pódio quando algo aconteceu no sprint final.

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A pressão da estreia em um torneio continental, o estádio abarrotado e barulhento, e o peso em defender o país mais forte e favorito do Parapan impactaram o psicológico de Rafael.

Corredor cego ajuda atleta guia e dupla conquista o bronze no ParapanO céu nublado e ranzinza daquela tarde na capital peruana ficou ainda mais escuro, as pernas do atleta pareciam não obedecer mais o corpo e ele pensou em desistir.

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“Percebi que o Yeltsin estava sobrando e poderia brigar pelo ouro. Mas é uma prova que a gente tem de estar junto, sofrer junto. Falei para ele: ‘temos que mudar o combinado’“, disse Rafael. O companheiro tentou animá-lo. “Dizia: ‘vamo, vamo, não desiste’. Sabia que dava para pegar medalha.”

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À medida que Rafael se recuperava e ganhava fôlego, uma dupla de canadenses abriu distância, seguida por outra dupla de equatorianos.

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Presos por uma fita, Yeltsin e Rafael não podiam se desprender, sob o risco de desclassificação. Yeltsin então diminuiu o ritmo e se viu deixar escapar o ouro e a prata.

Cambaleando na pista, Rafael cruzou ao lado do companheiro a linha de chegada a tempo de ganharem o bronze.

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Terceiro Parapan

“No meu primeiro Parapan em Guadalajara-2011 também senti a pressão. Não é fácil mesmo”, disse Yeltsin, que nasceu com baixa visão e foi batizado em homenagem ao ex-presidente russo Boris Yeltsin.

Na edição seguinte, Toronto-2015, no Canadá, ele superou o trauma e faturou logo dois ouros, um nos 5.000m e outro nos 1.500m.

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Absolutamente exausto, Rafael cedeu na pista e ficou ali, estirado no chão por alguns minutos. Yeltsin ofereceu ajuda ao companheiro e tentou animá-lo com o resultado. “Não é pra qualquer um.”

Após digerir tudo o que havia acontecido naqueles 15 minutos e 41 segundos desde a largada, Rafael foi colocado numa cadeira de rodas por dois médicos e encaminhado para o centro de treinamento. Yeltsin caminhou sozinho em direção ao vestiário.

Acompanhe aqui no Razões e nas redes sociais do Comitê Paralímpico Brasileiro, Instagram e Facebook, nossos paratletas no Parapan de Lima 2019. Estamos na torcida e ansiosos para ver o verde e amarelo no lugar mais alto do pódio – estaremos lá muitas vezes! ???

Fonte: Estadão/Fotos: CPB/Reprodução

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