Peça de teatro inspirada em Eliana, vítima da poliomielite que viveu 43 anos em um hospital, estreia em SP

A história de vida de Eliana Zagui, que viveu 43 anos na UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo e foi a única sobrevivente de um surto de poliomielite em 1976 virou peça de teatro!

E o melhor é que Eliana pôde assistir pessoalmente à peça no último sábado (2). Foi uma emoção que só! 😭

Desde os 2 anos de idade, a paulistana perdeu todos os movimentos do corpo e só movimenta a cabeça. Hoje, com 47, ela mora com o amigo, Lucas Negrini, que largou tudo para cuidar dela.

Até então, seu sonho sempre foi ter uma casa de verdade para morar. Seu único espaço era um quarto com paredes brancas e janela com vista para a copa de uma árvore.

Do leito da UTI, ela se formou no ensino médio e lançou sua autobiografia, escrita usando apenas a boca, e conta como foi tornar-se mulher e crescer dentro de um hospital.

Eliana não teve dúvidas sobre o título do livro – “Pulmão de Aço”, – e conta que ela descobriu, devagar, que em seu corpo frágil, mora um pulmão que resiste e tem uma vontade de aço!

No hospital, Eliana cresceu e além da autobiografia que lançou, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história da arte e tornou-se pintora. Tudo isso, usando apenas a boca! 🤩

Foi quando em 2019, seu amigo, Lucas Negrini, 38 anos, resolveu largar tudo para cuidar dela e a levou para casa com ele no interior de São Paulo, em Sumaré! Ele cuida dela 24 horas por dia! Cozinha, dá banho, faz os procedimentos como aspiração, e até fez curso de socorrista para aprender a como cuidar dela.

Criamos uma vaquinha na VOAA para a construção de uma casa toda adaptada com amplas portas, maca, climatizador e aparelhos para Eliana. Foram arrecadados R$ 98.097,96 através das doações de 1615 transformadores.

A partir do livro escrito por Eliana deu-se origem à uma peça de teatro – “A Valsa de Lili”, – que está ganhando os palcos de São Paulo. O espetáculo fala com a alma do público através da trajetória dela, “que ainda assim é um recorte do quão infinito pode ser o ser humano”, nas palavras do jornalista Victor Ferreira, amigo de Eliana.

“Ela é uma sobrevivente do surto de poliomielite que acometeu o Brasil na década de 1970. Perdeu todos os movimentos do corpo, mas teve os da cabeça preservados. Foi o suficiente para ganhar o mundo”, complementa Victor.

A peça “A Valsa de Lili”, brilhantemente encenada pela atriz Débora Duboc, está em cartaz no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura, ainda durante o mês de abril.

O endereço é Av. Paulista, 2073 – Cerqueira César, São Paulo – SP. Saiba mais clicando aqui!

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