Plataforma de financiamento coletivo ajuda vítimas de tráfico humano a voltarem para casa

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Todo mundo já leu ou escutou pelo menos uma história horripilante de tráfico humano. Mas como resolver isso? Salvar essas pessoas?

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Uma das ideias que surgiram foi a plataforma de financiamento coletivo que visa ajudar essas pessoas, o 6degree.

Segundo a descrição do site, ele espera dar esperança, dinheiro e a chance de um novo começo para vítimas de tráfico humano.

 

Lançado em uma parceria com a Microsoft e a organização sem fins lucrativos IOM X, a iniciativa antitráfico humano da Organização Internacional de Migração, é um dos primeiros portais de financiamento coletivo voltados para ajudar a doar dinheiro diretamente às vítimas do tráfico.

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A plataforma também compartilha histórias de sobreviventes com mapas simples e explicações fáceis.

A australiana Miranda Simpson foi a primeira pessoa a fazer uma doação pelo site. A profissional de marketing escolheu ajudar Xiao, uma indonésia de 23 anos forçada a trabalhar como doméstica e fisicamente maltratada por seis anos. Agora espera que os US$ 1.500 a levem para casa, com direito a tratamento de saúde e treinamento vocacional. Um terço do dinheiro já foi levantado.

 

“Estamos acostumados a ver de tudo: fotos de pessoas sofrendo, de crianças desnutridas na África. Ficamos dessensibilizados. O 6degree te permite entender as histórias e doar com respeito às vítimas”, explica Miranda.

A VICE conversou com o gestor de divulgação digital do IOM X, Mike Nedelko, sobre como o 6degree espera mudar a vida de tantas pessoas. Veja alguns trechos dessa conversa abaixo e para ler a entrevista na íntegra clique aqui:

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VICE: Fale mais sobre o conceito do 6degree.
Mike Nedelko: É um jeito de contar histórias individuais sobre sobreviventes de tráfico humano e aceitar doações para eles, sem comprometer sua segurança.

Quais foram os maiores obstáculos do projeto?
Não podíamos usar fotos das vítimas, porque isso é crucial para proteger a identidade delas. Então o problema era: Como contar essas histórias individuais de um jeito que criasse empatia com os usuários, para que eles entendessem as circunstâncias, sem revelar identidades? Fotos são uma resposta fácil, mas pensamos numa alternativa. Decidimos contar as histórias através de mapas.

Cada história é contada usando locações clicáveis que permitem que o usuário siga essa jornada. Cada clique abre um novo passo da narrativa.

Quem é o público-alvo do 6degree?
Dois grupos. Primeiro, a rede global de ativistas antitráfico. Segundo, pessoas que se importam com a questão, mas estão menos envolvidas diariamente. O 6degree fornece uma maneira concreta de agir. O tráfico é uma questão complexa e sensível, mas queremos dar às pessoas uma maneira de sentir que estão tendo um impacto imediato naqueles que viveram essa experiência.

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Vocês realmente entregam o dinheiro na mão das vítimas?
Não. Os fundos vão diretamente para as pessoas, mas são dispersados através do programa de assistência da IOM e um funcionário responsável pelo caso ajuda cada pessoa a se reestabelecer.

 

Se o financiamento coletivo para indivíduos traficados ganhar impulso, vamos acabar com tragédias competidoras, apresentando histórias da maneira mais sensacionalista possível para conseguir financiamento?
Acho que isso se relaciona com o tipo de experiência que as pessoas esperam da internet hoje. Mesmo se outro portal abrir fornecendo um serviço similar, não imagino que a IOM X vá querer contar as histórias de maneira diferente de como faz hoje. Temos uma longa história na assistência a pessoas, então acho que temos credibilidade nesse campo.

Qual tem sido a reação inicial ao 6degree?
Ótima. As pessoas dizem que estavam esperando por algo assim e compartilham a notícia nas redes sociais. Isso é encorajador, porque o potencial disso para o movimento contra o tráfico é enorme. Você não tem uma oportunidade assim de impactar a vida de outros todo dia.

 

Fonte: VICE

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