Após postagem racista no carnaval, jovem foi demitido: “conduta inadmissível”

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postagem racista

O racismo no Brasil (e no mundo) se manifesta de diversas formas, seja no trabalho (quando negros perdem vagas de trabalho simplesmente por serem “escuros demais”, seja por alguém atravessar a rua simplesmente pelo fato de uma pessoa negra estar vindo em sua direção. Ou ainda quando você expõe alguém a uma situação em que ela não está envolvida, como uma postagem nas redes sociais, e que só foi mencionada por sua cor.

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Um rapaz branco, no Espírito Santo, recentemente postou uma foto no recurso Stories do Instagram insinuando que seria roubado por um grupo de adolescentes negros durante o carnaval. E ontem, pouco tempo depois do print da foto começar a circular na internet, a empresa que o tinha como estagiário o demitiu. A Studio Vitoria, cujo um dos sócios da empresa também é negro, fez questão de comunicar a decisão através de um comunicado pessoal.

Após postagem racista no carnaval, jovem foi demitido: "conduta inadmissível" 2

Quem denunciou a atitude do jovem foi um dos integrantes do grupo que apareceu na foto, Iarley Duarte, que disse que ele chegou até eles, pediu pra tirar foto, e todos posaram para a foto com ele, sem saber do tom jocoso que ele iria colocar na legenda “Vou roubei seu celular”, foi escrito.

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“Infelizmente ninguém está livre do racismo e do preconceito, esse babaca chegou em nós no bloco, pediu uma foto com a gente, sem nos conhecer, sem nunca ter visto nós…, filhinho de papai. Somos pretos, somos favelados e temos muito orgulho“, escreveu ele.

Ao comunicar o desligamento do profissional, o sócio do Studio Vitoria, Fabrício Affonso, deixou claro o quanto considera inadmissível o ato do rapaz, chamando a postagem de preconceituosa, infeliz e racista:

“Eu, Fabrício Affonso, negro, nascido em bairro de periferia da cidade de Alegre, sócio-proprietário da empresa Studio Vitória, considero inadmissível a conduta de qualquer funcionário da empresa nesse sentido. 

Sei o quanto a minha cor é carregada de estigma e sei quantas barreiras tive que enfrentar para chegar aonde cheguei. 

Minha mãe, caixa de supermercado, moradora do morro do Wilton, teve que criar eu e meus dois irmãos praticamente sozinha. Eu, com 17 anos, vim pra capital pra estudar, e só consegui me manter porque consegui com muito esforço a bolsa do PUPT (Programa Universidade Para Todos) e depois ser bolsista do Pró – Uni para cursar a faculdade de Educação Física. 
Durante os anos de faculdade, eu estagiava em dois lugares e ainda assim, às vezes não tinha o dinheiro para o lanche nos poucos intervalos que tinha. Assim que me formei, me juntei a dois colegas para montar uma empresa”.

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Fabrício ainda reiterou que o rapaz poderia não ter tido noção da gravidade do que estava fazendo, mas fez ressaltou que isso não importa:

“Conheço meus funcionários a nível pessoal, e acredito que a postagem tenha sido profundamente infeliz, beirando a ingenuidade, mas novamente, a empresa não pode compactuar com esse tipo de comportamento irresponsável e muito menos responder por ele. Podem ter certeza que tomaremos as medidas necessárias. Não nos interessa um funcionário com tal perfil. Nem a imaturidade, nem o carnaval e nem a bebida é desculpa para o racismo. Nada é desculpa para o racismo“, concluiu.

Leia a publicação na íntegra:

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Crédito de fotos: Reprodução/Instagram – Com informações do Hypeness.

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