Ele deu o melhor presente neste dia das mães: o perdão

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o poder do perdão

O Dia das Mães aconteceu no último domingo (17/05) e ao longo dos dias vimos muitas manifestações de amor e agradecimento para essas pessoas que tanto nos enchem de orgulho e proteção, mas, alguns outros sentimentos foram aflorados nessa data, e a história que descobrimos hoje tem a ver com perdão.

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Em um grupo fechado no Facebook, o Cesar Wellyce, que mora em Recife, publicou uma mensagem incrível que aconteceu com ele, e tem repercutido imensamente, já foram mais de 11 mil reações e centenas de comentários.

Na publicação, o Cesar contou um pouco da relação conturbada que sempre teve com sua mãe Áurea Laurentino e em conversa com o Razões disse que ela engravidou dele aos 18 anos: “Quando completei um mês de vida ela me deu pra minha avó, mãe dela, para ser criado no interior [Chã Grande, pequeno município de Pernambuco]. Ela fez isso porque não tinha como trabalhar e me criar ao mesmo tempo. Ela também me escondeu do meu pai durante 15 anos. Quando eu tinha 4 anos ela se casou e teve outro filho. Esse ela criou e tudo mais. Só nós víamos umas 3 vezes por ano quando as minhas tias que moram aqui no Recife iam pra casa de vovó no interior. Ela só me dava as coisas quando vovó pedia. Era um inferno”.

Isso e outras coisas foram aumentando sua mágoa em relação a sua mãe, e aos 18 anos, em 2009, ele resolveu tentar a vida na “cidade grande”, como ele disse. “No primeiro momento eu morei com uma tia por causa do trabalho. Depois consegui outro emprego e fui morar com minha mãe. Nessa época meu irmão começou a se envolver com drogas… Aí foi que as coisas pioraram”.

As brigas com sua mãe só pioraram, Cesar acabou se afastando do irmão, até que conseguiu sair de casa e foi morar sozinho. Em 2014 uma grande tragédia: dois homens de uma gangue rival foram na casa de sua mãe e assassinaram seu irmão.

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“Eu resolvi todo o enterro, fiquei do lado dela durante o funeral (…) Depois que acabou todo o enterro, quando estávamos todos nós despedindo pra ir embora, ainda no cemitério, do nada minha mãe se desespera e começa a gritar e bater em uma das suas irmãs falando que ela disse que meu irmão era ladrão, traficante… Essas coisas. Eu já estava com os nervos à flor da pele. Segurei minha mãe e pedi pra ela parar. Ela olhou nos meus olhos e gritou: “E você, saia daqui!”

A discussão foi ficando cada vez pior, Cesar acabou falando também tudo que estava engasgado, “cena de novela mesmo”, e a gota d’água foi quando ela o chamou de “monstro, mimado e infantil”. “Aí pronto, parei de falar com ela. Nas festas da família sempre nos evitávamos. Minhas primas e tias sempre vinham me aconselhar pra voltar a falar com ela porque agora ela só tinha a mim como filho e blá blá blá.”

A hora do perdão

Perdoar é uma tarefa difícil, pois não é só simplesmente falar que perdoa, é perdoar efetivamente, de coração. E disse que estava planejando voltar a falar com ela no Natal do ano passado, mas faltou coragem. E semana passada, quando passou na frente de uma loja de perfumes e resolveu entrar e comprar um presente pra ela. Final do ano passado fiz várias promessas, uma delas seria que eu queria ser uma pessoa melhor. Eu tinha que fazer isso pra ser uma pessoa melhor. Tava na hora já”. disse Cesar.

“Resolvi fazer um pequeno discurso de reconciliação quando a família se reuniu para almoçar e finalmente abracei minha mãe depois de três anos. Ela me abraçou e começou a chorar me pedindo desculpas. Eu também pedi desculpa pra ela. Minhas primas e tias todas chorando e aplaudindo. Todos vieram nos abraçar e acabou virando um mega abraço”.

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O momento em que ele a perdoou e também pediu perdão: “enterrou o rosto no meu peito e começou a chorar, quase que não largava mais”.

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Enquanto ele começava a falar, sua mãe ficava olhando pro chão, meio sem saber como se comportar, mas quando ele disse que queria abraçá-la e desejar feliz Dia das Mães ela se levantou e o agarrou, “enterrou o rosto no meu peito e começou a chorar, quase que não largava mais pra pegar o presente”, disse o Cesar em tom de emoção e alegria.

“O que me fez fazer isso… Pode até parecer clichê, mas eu acredito que foi o tempo mesmo. Por mais que tenha sido doloroso esses três anos foram fundamentais pra que eu evoluísse como pessoa e enxergasse o meu verdadeiro eu. Eu lembro até hoje que uma prima minha, evangélica, me falou sobre os benefícios do perdão e eu respondi pra ela: “Fernanda, eu não nasci com o dom do perdão”.

Perguntei a ele sobre a sensação de perdoar, Cesar disse que “foi a melhor possível. Poder dizer com um abraço apertado que agora tá tudo bem e que eu estou do lado dela, foi incrível. Estou escrevendo e chorando e lembrando de tudo. Sim, eu a perdoei de coração”. 

Desde então, Cesar disse que está mais leve e sem pendências com ele mesmo. “Agora posso dizer com toda certeza que tô completo por dentro. Aquele vazio não existe mais.”

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A gente acredita Cesar, parabéns e obrigado por compartilhar sua história conosco.

Foto: Arquivo pessoal

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