Professor é demitido por se recusar a usar pronome masculino ao aluno trans

0
2416
Professor é demitido por se recusar a usar pronome de aluno trans

Um professor de francês de uma escola de ensino médio dos Estados Unidos foi demitido após se recusar repetidamente a usar o pronome masculino de um garoto transgênero.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

A Junta de Escolas Públicas de West Point, no estado americano da Virgínia, votou por unanimidade em demitir Peter Vlaming após reclamações do estudante do nono ano e seus pais de que o professor, citando suas crenças religiosas, se recusou a usar pronomes masculinos ao se referir ao jovem.

“O sr. Vlaming repetidamente se recusou a cumprir as políticas de não-discriminação e não-invasão adotadas por essa diretoria”, disse o advogado da superintendência de West Point numa audiência promovida pela corte local.

Vários responsáveis pela instituição, incluindo o diretor da escola, além dos próprios estudantes, testemunharam na corte para ambos os lados, defesa e acusação, antes do juiz tomar sua decisão, a portas fechadas.

Leia tambémGaroto de 5 anos é atacado por pintar unhas mas é apoiado online

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

“A tolerância é uma via de mão dupla, mas a tolerância por parte da escola tem sido notavelmente ausente”, disse o advogado do professor em um comunicado.

Vlaming, que lecionou na West Point High School por sete anos, leu uma declaração preparada durante a audiência, dizendo que amava e respeitava todos os seus alunos e seus direitos, incluindo o aluno em questão.

“Estamos aqui hoje porque uma visão de mundo específica está sendo imposta a mim”, disse Vlaming. “Ainda mais alta do que minha família classifico minha fé.”

A diretora-adjunta Suzanne Aunspach disse ao conselho que, durante uma reunião em agosto com os pais do aluno, eles informaram que o filho estava em processo de transição e havia mudado seu nome, querendo ser tratado com pronomes masculinos.

Professor é demitido por se recusar a usar pronome de aluno trans
Peter Vlaming durante julgamento.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Aunspach disse que se reuniu individualmente com todos os professores para informar a mudança.

O diretor da escola de West Point, Jonathan Hochman, disse ao conselho que Vlaming afirmou que não usaria os pronomes masculinos para falar com o aluno, dizendo em dado momento que “gostava do aluno, mas que sentia falta da versão feminina dele.”

Jonathan disse que instruiu Vlaming a usar os pronomes masculinos, dizendo que ele estava violando a política da escola.

Vlaming, lendo uma declaração preparada para o julgamento, disse que concordou em usar o novo nome do aluno e tentou evitar os pronomes, acrescentando: “Eu não consegui em boa consciência ir tão longe e usar os pronomes masculinos”.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Em um incidente ocorrido no final de outubro em que o estudante trans quase colidiu contra a parede durante uma atividade escolar, Vlaming disse que instintivamente gritou para os outros estudantes, “não deixe ela bater contra a parede!” O professor chamou o incidente de “deslize” que imediatamente relatou ao diretor.

Ele foi colocado em licença administrativa mais tarde naquele dia. Após ser desligado da escola, Vlaming está explorando suas opções legais, disse seu advogado em um comunicado.

Durante a audiência, Vlaming disse que estava sendo punido por algo que ele não disse, chamando sua suspensão de “absurdo” e acrescentando que gostaria de continuar lecionando na escola West Point.

Leia tambémC&A abre vagas de emprego exclusivas para travestis e transexuais

Após sua declaração, que foi recebida com uma salva de palmas pelas pessoas na plateia, um membro do conselho perguntou à Vlaming se ele continuaria a não usar pronomes masculinos quando se referisse ao aluno trans se ele fosse autorizado a voltar para a escola.

“Estou feliz em usar o novo nome, estou feliz em evitar os pronomes que ofendem. [Mas] não estou feliz em usar pronomes masculinos para uma mulher”, disse Vlaming.

“E então você vai continuar se recusando a usar pronomes masculinos para se referir ao aluno trans em questão, está correto?”, perguntou o membro do conselho.

“Correto”, afirmou Vlaming.

Como Respeitar uma Pessoa Transexual

Episódios de intolerância devem ser questionados, pois são extremamente maléficos por quem passa por eles. O site WikiHow fez uma lista com 3 formas de como respeitar uma pessoa transexual. Veja:

1. Use o pronome correto. Quando se referir a uma pessoa transgênero, chame-a pelo pronome correto, que ela mesma usa. Ele corresponde ao gênero com o qual ela se identifica, não ao sexo que lhe foi atribuído no nascimento.[1]

  • Mulheres transgêneros gostam de ser chamadas de ela.
  • Homens transgêneros gostam de ser chamados de ele.
  • Pessoas não-binárias, genderfluid (“gênero fluido”, como traduzem alguns) e de gênero nulo usam pronomes variados, como eleela e afins.
  • A palavra “sexo” costuma se referir ao sexo que foi atribuído à pessoa no nascimento, não à sua autoidentificação.
  • Algumas pessoas usam vários pronomes, mas não significa necessariamente que qualquer um serve. Por exemplo: talvez alguém use ela e eles, mas não ele.

2. Sempre chame a pessoa pelo nome que ela escolheu. A maioria das pessoas transgêneros prefere que os outros não falem seus nomes anteriores. Mesmo que você já conhecesse o indivíduo antes da transição, não fale disso durante suas conversas.[2]

  • Não pergunte o nome “anterior” da pessoa por curiosidade. Muitas pessoas trans referem-se a esses nomes como algo irrelevante e do passado.
  • Quando for contar histórias da pessoa envolvendo o passado, use o nome atual dela — ou simplesmente não a chame pelo nome.

3. Use termos adequados para o gênero da pessoa. Diga os honoríficos e os pronomes de tratamento (senhor, senhora etc.) de acordo com a identidade de gênero do indivíduo. Por exemplo: quando for falar de uma mulher trans, refira-se a ela como mulher; se estiver em um contexto formal, chame-a de senhora.[3]

  • Dito isso, não exagere quando for tentar afirmar o gênero da pessoa. Evite usar determinados termos mais do que o normal: você não precisa, por exemplo, dizer a um colega de trabalho transgênero que ele está muito bonito todos os dias, nem sempre chamar sua colega de garota!. Isso tudo soa muito condescendente.
  • Se for se referir a uma pessoa não-binária, genderfluid ou de gênero nulo, tente não usar qualquer pronome.

Independente de você ter dúvidas de como se referir no tratamento, não esqueça:

Trate-a como um ser humano antes de mais nada. O gênero pode até ser parte importante da identidade de uma pessoa, mas não é tão relevante quando se tratam de relacionamentos. Trate a pessoa como trataria qualquer um.[7]

  • Não faça referências desnecessárias à transição da pessoa. Se quiser, ela mesma vai falar sobre o assunto.
  • Encontre pontos e assuntos em comum — hobbies, lugares onde já viveram ou interesses mútuos — para conversar com a pessoa.

Compartilhe o post com seus amigos!

  • Siga o Razões no Instagram aqui.
  • Inscreva-se em nosso canal no Youtube aqui.
  • Curta o Razões no Facebook aqui.

Fonte: BuzzFeed News / Fonte: WikiHow
Foto: Reprodução/Facebook: 8News

Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.