Professora cria projeto coletivo de caronas a pé e recria forma antiga de ir para aula
Quem passa por alguma escola em seu caminho, sabe o drama que pode ser a hora da entrada e da saída após a aula. Aquele caos de carros, filas duplas, buzinas, funcionários tentando agilizar tudo.
Pensando em como mudar essa dinâmica pós-aula, a professora Carolina Padilha, que trabalha no 1°ano do ensino fundamental do Colégio Equipe, criou o projeto Carona a Pé.
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A ideia é incentivar adultos e crianças a caminhar juntos no trajeto de casa até a escola, em um horário pré-estabelecido, seguindo uma rota determinada.
“Quando comecei a colocar a ideia no papel vi que do caminho da minha casa até a escola moravam 17 alunos. Eles poderiam ir comigo para a escola, afinal, estávamos indo todos para o mesmo lugar, no mesmo horário. Já conhecia a maioria das famílias, tenho um bom vínculo com as crianças, melhoraria o trânsito e proporcionaria uma experiência nova aos alunos: caminhar em grupo”, diz Carol ao Estadão.
Ao propor sua ideia, descobriu que muitas famílias já faziam o caminho andando.
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“Caminhar pelo bairro já era uma prática de muitas famílias, principalmente na região onde a escola está localizada. O que eu fiz foi organizar e, aos poucos, ir mostrando para as pessoas que, quanto mais nos comunicamos, mais podemos aproveitar o tempo e estreitar os vínculos”, afirma.
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A professora espera também mostrar com isso que a educação não deve acontecer apenas em sala de aula, mas em todos os locais que elas se encontram.
“No início, meu filho, que está no 5° ano, estava achando muito chato, tudo era motivo de reclamação. Aos poucos vi a postura dele mudando. Sente-se responsável por ser o mais velho da rota, tem um compromisso com esse grupo, está mais pontual, percebeu que não há problemas em caminhar respeitando o ritmo mais lento dos alunos mais novos, chega no horário e sente-se orgulhoso quando conta que é do Carona a Pé”, diz Diana Csillag, mãe de aluno do Colégio.
Hoje, já são cinco rotas, três no período da tarde e duas de manhã, com mais de cinquenta crianças e 17 adultos participando.
“Meu desejo é que mais famílias se organizem e novas rotas surjam”, diz Carol. “Como é uma experiência nova, estamos dando um passo de cada vez e aprendendo muito com essa construção coletiva, que já revela pequenas transformações”, completa.
“Acho a iniciativa muito bacana. É possível ver uma entrada mais organizada, as crianças chegam animadas e pais que antes nem se falavam agora se conhecem, conversam e estão até mais sorridentes”, afirma Jailton de Jesus Souza, inspetor de alunos do Colégio Equipe.
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“É muito mais que uma caminhada em grupo. A intenção é tornar essas crianças mais ativas como cidadãs, colocá-las juntas para olharem as belezas e os problemas do bairro e propor uma nova relação com a cidade onde vivem”, afirma Carol.
Texto Original de Carolina Padilha – Prof.ª do 1° Ano do Ensino Fundamental I e Flávia Fontes – Mãe de aluno do Ensino Fundamental I
Imagens: Acervo do Carona a Pé
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Fonte: Estadão
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