A fotógrafa Milena Paulina lutou muito para reconhecer e aceitar seu corpo gordo. Lutou contra uma sociedade que cultua o corpo magro e joga para a margem corpos fora do padrão imposto.
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Com o passar do tempo, veio a autoaceitação, que Milena, 23 anos, e outras mulheres gordas representam em um projeto autoral da fotógrafa batizado de ‘Eu, gorda’, segundo informações do Moda Sem Crise.
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“Eu não me via, não me enxergava. Trabalhei muito para ser uma pessoa muito além daqueles acontecimento, me esforcei para ser a melhor versão de mim em tudo o que fazia. Mas nunca foi suficiente. Eu ainda olhava meu corpo e não entendia nada sobre a existência dele”, conta Milena.
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Milena ‘virou a chave’ quando a fotografia de corpos gordos apareceu na vida dela. Foi através de um ensaio da modelo Jacqueline Jordão, que viu na internet. Um mundo novo se abriu aos olhos da jovem que lutava para se sentir confortável com o próprio corpo.
Tudo o que Milena precisava pode ser resumido por uma única palavra: representatividade. A paixão pela fotografia e a busca por mais representatividade para mulheres gordas fez nascer o ‘Eu, gorda’, em 2016, em São Paulo.
Estar diante de uma câmera para um ensaio fotográfico pela primeira vez gera um certo desconforto, ainda mais para mulheres que foram condicionadas a pensar que seu corpo é ‘feio’. Foi pensando nisso, que Milena decidiu realizar o projeto de forma coletiva.
Antes de cada ensaio individual, ela propõe uma conversa ao grupo – geralmente formado por até seis mulheres. Milena acredita que o momento estimula a empatia, pois é pensado para que cada corpo gordo se reconheça no outro.
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“Começamos o dia cedo, nos reunimos para uma roda de conversa onde todas terão voz e vez. Eu, que nunca tive uma amiga gorda, sei o quanto me fez falta conversar com alguém e me sentir compreendida e acolhida, então nesse dia eu quero que todas tenhamos isso”, explica a fotógrafa.
Só depois dessa conversa é que começam os ensaios individuais. Muitas mulheres chegam apreensivas, outras menos. Mas, todas elas terminam o ensaio com um novo olhar sobre seus corpos gordos.
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“Eu recebo mensagens diárias de mulheres falando o quanto as minhas fotos inspiram elas a se amarem mais, e se verem de uma maneira completamente diferente, a se permitirem ter sentimentos bons por si mesmas”, destaca Milena.
Ela não sabe dizer exatamente quantas mulheres fotografou desde o início do projeto, mas o número deve estar próximo de 100. O ‘Eu, gorda’ aconteceu exclusivamente em São Paulo durante um ano. Em 2018, o projeto ganhou a estrada. Agora, também acontece em outras capitais brasileiras. E recentemente abraçou o corpo gordo masculino.
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