A psicóloga Cláudia Vidigal, de São Paulo (SP), criou o Instituto Fazendo História, em que crianças que vivem em abrigos são encorajadas a registrar suas vivências como forma de autoconhecimento. Saiba mais sobre a história dela.
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“Eu era voluntária em um abrigo para crianças e jovens quando, trabalhando com um grupo de adolescentes grávidas, sugeri que fizessem um álbum para o bebê. Ali registrariam fatos e sentimentos durante a gestação e também depois, quando seus filhos nascessem. A ideia era que, ao escreverem sobre si, essas adolescentes pudessem refletir sobre sua vida, suas escolhas e projetar um futuro melhor.
Nesse processo, líamos livros juntas, o que foi muito bom: depois, ao falar sobre as personagens, as meninas acabavam se abrindo e revelando suas emoções, dúvidas e segredos. Eu as ajudava a identificar o que iriam registrar no álbum, para que seus bebês conhecessem a própria história.
“Quando uma criança se apropria de sua história, transforma a sua vida.”
Isso me levou a pensar que, na maioria das vezes, meninos e meninas que vivem em abrigos não sabem nada sobre seu passado. Então, tive a ideia de fazer com essas crianças um processo parecido com o das grávidas. Assim nasceu o projeto Fazendo Minha História, em 2002, em que voluntários leem livros junto com esses menores, criando conexão, e os incentivam a produzir um álbum de registros sobre suas vivências.
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Inspirá-los a olhar para o presente e ver que há pessoas que se interessam por eles contribui para que tomem consciência de que são únicos. Outro dia, um dos adolescentes me disse que saber de onde tinha vindo ajuda a definir para onde quer ir, e o que não quer repetir. Em 2005, fundei o Instituto Fazendo História, que realiza programas de acolhimento e desenvolvimento de crianças e jovens que sofrem ou enfrentaram separação familiar.”
Texto: Romy Aikawa
Foto: Ilana Bar
Conteúdo extraído da reportagem “A força da narrativa”, publicada originalmente na Sorria #73, em junho de 2020.
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