O hospital psiquiátrico Galba Velloso, em Belo Horizonte, conhecido como Galba, nunca teve uma boa fama.
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“Ficou doido? Vou te mandar para o Galba!” “Essa sua ideia é digna do Galba.” O hospital era sinônimo de transtorno mental. Aberto em 1961, eles não colaboravam com a diminuição do preconceito contra os pacientes.
Felizmente, isso é passado!
Hoje, a prioridade da instituição é fazer com que os pacientes tenham um tratamento digno e humanizado.
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Um exemplo concreto disso aconteceu semana passada. Uma das alas do hospital foi ocupada durante sete dias por latas de tintas, sprays e até artistas de rua pendurados em andaimes de até seis metros. Isso tudo devido ao novo projeto do local: uma residência artística dentro de um hospital psiquiátrico público.
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Os muros do hospital, que eram uma “marca” da velha segregação entre loucura e sanidade da instituição foram o principal alvo. As paredes viraram a tela para a arte, que antes demonstrava apenas aprisionamento.
Tudo isso começou há cerca de um ano, com um convite do hospital ao artista Helder Cavalcante, de 26 anos.Cecília Xavier, terapeuta ocupacional do hospital, integrava o grupo de humanização da instituição à época e entrou em contato com o artista, para a ajuda inicial. Eles precisavam arrecadar dinheiro suficiente para o projeto dar certo. Depois de um ano e uma vaquinha virtual entre parentes, eles conseguiram arrecadar R$ 5 mil em caixa para sprays, rolos, bandejas e latas de tinta.
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Cavalcante convidou dez artistas de rua de diferentes gerações. Mas para poder realizar o trabalho, o critério de escolha era possuir a sensibilidade necessária ao espaço, ou seja: artistas que também levam em conta o espaço trabalhado, não apenas a arte em si.
A equipe trabalhou durante uma semana para dar um nova cara aos paredões do pátio da enfermaria feminina de média permanência, que acolhe mulheres em situação de crise. Tudo isso, interagindo com os pacientes. A recepção deles foi positiva. Também houve música para ajudar a conectar pacientes e artistas.
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“De início já houve o reconhecimento de que acontecia aqui alguma coisa para o bem de todos. Elas começaram a pedir papel e telas para pintar, e uma delas fez um desenho inspirado numa obra que via e entregou ao artista.”, conta a psicóloga Cláudia Apgaua, de 48 anos, gerente assistencial do hospital.
“Houve um momento em que a Luciana, paciente reconhecida por um dos artistas ‘aquela que canta e gosta de música’, começou a dançar. Quando vi, o artista dançava com ela em uma coreografia incrivelmente bela – os dois estavam em sintonia”, diz Apgaua.
Cenário do projeto de arte, o pátio da enfermaria feminina fica aberto todos os dias, fechando apenas durante o almoço e o jantar. Ali há 23 dos 119 leitos do hospital. A taxa média mensal de ocupação dos leitos sempre supera 90%.
“O pátio ficou todo pintado e os artistas brincam com a gente, tiram fotos e entregam para a gente. Agora temos o que observar, o que achar bonito.”diz a paciente Célia Alves, de 50 anos.
Mais sobre o tema
Se você se interessar em saber mais sobre pacientes de hospitais psiquiátricos, recomendamos o documentário “A Loucura Entre Nós”.
Ele mostra, através dos corredores e grades de um hospital psiquiátrico,histórias e personagens que mostram a linha tênue entre o que é considerado ou não loucura.
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