Punhos de refugiados: fotógrafo brasileiro estampa vitrines da icônica Saks, em Nova York

Diálogo, esses tempos pedem mais diálogo. Essa é a reflexão proposta pelo premiado fotógrafo brasileiro Guilherme Licurgo no seu mais recente trabalho e que foi parar nas vitrines da icônica loja de departamentos Saks Fifth Avenue, em Nova York, nos EUA.

Batizada de ‘Manifesto’, a instalação tem referências de pensadores clássicos da Sociologia e Filosofia, como Hegel e Émile Durkheim, passando pelos contemporâneos Zygmunt Bauman e Slavoj Žižek.

Uma das obras desse trabalho é composta por punhos de refugiados e imigrantes que vivem em São Paulo. Pessoas que têm ainda menos voz na nossa sociedade e com quem o fotógrafo interagiu no seu processo de pesquisa.

“Eu conversei com essas pessoas, busquei ouvi-los, entender as questões deles. Aqueles punhos são como um grito, a voz deles. São mãos de gente como nós, mas que não tem seus direitos garantidos. No fim das contas, o Manifesto é também sobre inclusão”, explica Guilherme.

A mensagem chamou atenção da Saks Fifth Avenue, loja com mais de 100 anos de história, pois o trabalho do Gui conversa também com movimentos antirracistas, que explodiram este ano, sendo o Black Lives Matter o mais conhecido deles.

A partir daí surgiu o convite para expor as fotografias nas vitrines da loja, uma das mais famosas do mundo.

“É muito interessante você ver aquelas mãos lado a lado de marcas de altíssimo luxo, no mesmo espaço, que reforça a ideia de que a gente tem que ser mais inclusivo. É muito simbólico e representativo pra esse momento”, conta.

“É realmente uma projeção muito grande. Eu tô muito contente sobretudo pela causa, pela relevância, não digo do meu trabalho, mas do assunto que está sendo colocado lá e exposto”, completa.

O trabalho é belíssimo e a reflexão extremamente necessária para os dias atuais: todas as vozes merecem ser ouvidas. A instalação foi inaugurada no último dia 30 de setembro e permanece até o dia 15 de outubro.

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[Nota da Redação]

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