Logo depois de ser hospitalizada devido a complicações da Covid-19, a atleta e cirurgiã-dentista Raquel Trevisi, de Presidente Prudente (SP), entrou numa batalha feroz pela própria vida.
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Foram 30 dias de internação (sendo vinte na UTI), 16 dias usando ventilação mecânica, com 2 intubações e 85% dos pulmões comprometidos na pior fase da doença.
Hoje, plenamente recuperada, ela mantém o projeto “Com Vida”, uma ONG que cuida, de graça, de pessoas que sofrem de sequelas por conta do novo coronavírus.
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Nesse meio-tempo, ela teve trombose no braço e na perna, infecção geral no sangue e saiu do hospital com quadro de tetraplegia temporária.
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“Não tinha movimento algum do pescoço pra baixo, estava com 25 quilos a menos… Eu saí do hospital naquela condição como todo mundo. E com aquela plaquinha: ‘Eu venci a Covid'”, relembrou Raquel, que na época também era atleta e praticante de crossfit.
Para ela, aqueles dias foram os “mais difíceis”, mas, curiosamente, “os melhores dias” da sua vida.
“O doutor disse que precisava me entubar. Naquele momento, o chão se abriu”, contou Raquel em um vídeo produzido pelo Studio Pollen, produtora do Razões e da VOAA.
“Foi aí que eu falei: ‘Você promete, doutor, que vai me trazer de volta? Porque eu tenho dois filhos pra criar‘”, relembrou.
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Antes do diagnóstico, Raquel achava que jamais desenvolveria os piores sintomas da doença. “Eu fazia parte daquela porcentagem [de pessoas] que acreditavam que eu não poderia agravar [os sintomas do vírus] de forma alguma. Afinal, eu era atleta, sem comorbidades, jovem e sem vícios”.
No entanto, ela teve uma experiência muito, muito forte. “Foi algo de quase morte. Tanto do outro lado da vida, quanto enxergar tudo ali que estava acontecendo comigo em coma”.
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Em meio à recuperação, veio outro baque: o pai também foi infectado com a Covid e, apesar de ter lutado muito, não resistiu à doença.
“Lidar com a doença no meu pai foi uma das coisas mais difíceis que eu já vivi. Porque eu estava me reabilitando ainda. E minha família toda estava totalmente devastada com a doença que eu tinha vivido, ainda muito abalada”, desabafou.
“Eu sofri por saber que meu pai poderia estar sofrendo tudo aquilo que eu sofri e por reviver tudo aquilo que eu vivi. Quando meu pai faleceu, naquele momento, o chão terminou de se abrir”.
Tomada pelo luto, Raquel enxergou uma luz no final de toda aquela escuridão. “Eu percebi que debaixo daquele chão, daquela escuridão, Deus estava lá com as mãos”, disse.
Enquanto se recuperava de tudo isso, a cirurgiã-dentista criou o projeto “Com Vida”, uma organização sem fins lucrativos que cuida gratuitamente de pessoas que sofrem de sequelas por conta da Covid-19.
A iniciativa surgiu durante uma conversa com a enfermeira-chefe da UTI, Renata Cazuza. “Eu perguntei pra ela: ‘Como que fazem com essas pessoas que passam pelo que eu passei e não tem condições para reabilitar?’. Ela disse: ‘Não fazem'”. Disposta a mudar esse cenário, nasceu a ONG.
Até aqui, o projeto “Com Vida” já ajudou quase 1.000 famílias no Brasil inteiro. “Fornecemos tudo aquilo que for necessário: fisioterapeuta, psicólogo, enfermeiro, fonoaudiólogo, acolhimento e doações”, afirmou Raquel.
Fazendo uma retrospectiva de tudo que aconteceu, ela diz, sem pensar duas vezes, que não mudaria nada em sua história. “Foi através da minha dor que tantas outras dores estão sendo curadas“, concluiu.
Que depoimento e que história! 😢
Lindo sentir sua força e o quanto você ajuda as pessoas, Raquel! É confortante assistir você curando a dor com amor. ❤️
Assista ao vídeo:
Fotos: Reprodução / Instagram: @raqueltrevisi / @projeto.com.vida / @studio_pollen
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