Quando nos reunimos com os amigos num bar ou num restaurante, já contou quantas garrafas de bebida consumimos? Para se ter uma ideia, em cinco semanas, Cervejaria Goose Island em parceria com o projeto de reciclagem da Ambev, o Green Mining, recolheu oito toneladas de vidro na região do bairro de Pinheiros, em São Paulo.
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Em grande parte, quem recolhe os materiais recicláveis das ruas e dos lixos são os catadores, que vivem longas jornadas de trabalho em troca de uma remuneração baixíssima. Além de colocarem suas saúdes em risco, já que ficam expostos a objetos cortantes, resíduos tóxicos e orgânicos (que possuem mal cheiro), os catadores também são expostos a animais transmissores de doenças, como ratos, moscas e escorpiões.
O projeto Green Mining vem mudando a realidade desses trabalhadores, que de catadores tornam-se coletores formalizados, com carteira assinada, salário fixo, vale transporte, INSS e FGTS, além do direito a férias e 13º salário.
O coletor Antonio Alexandre, 47 anos, foi uma das pessoas que tiveram a sua vida transformada por esse projeto. Apesar de possuir certificado pelo Senai em azulejista, gesseiro e pintor, ele sempre trabalhou na área de reciclagem recolhendo resíduos pelas ruas para sustentar a família.
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Melhores condições de trabalho
Há três anos, ele deixou a esposa e o filho no Paraná para conseguir emprego em São Paulo. Sem sorte, Antonio voltou a viver do lixo. Diariamente esse trabalhador levantava às 5h da manhã para conseguir entrar numa fila e trocar sua identidade por uma carroça.
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Na época, trabalhava mais de dez horas por dia empurrando carroça, sem qualquer equipamento de proteção, para conseguir tirar entre 500 a 700 reais por mês com a venda do material para o dono da carroça.
“Para não ficar parado, a gente se vira do jeito que pode. Trabalhei também no lixão de Itapevi, foi uma experiência muito complicada, mas eu aceitei porque precisava mesmo. O cheiro é muito forte, muito forte mesmo”, contou Antonio ao Razões.
Morando no Albergue Municipal da rua Cardeal Arcoverde em Pinheiros, que abriga pessoas em situação de rua, em fevereiro desde ano, o catador teve acesso ao curso de capacitação para catadores fornecido pela Prefeitura, por meio da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), o Reciclar para Capacitar.
“Eu morei no albergue para conseguir entrar na ‘fila da carroça’, porque, se eu não chegasse no horário para garantir a carroça, eu ficava sem a renda do dia”, relatou.
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O curso foi a porta de entrada para a mudança da vida dele! Com aulas teóricas e práticas, ele recebia um kit alimentação e uma bolsa auxílio, além de um certificado emitido pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Por meio do curso, Antonio participou de um processo seletivo e foi contratado pela Green Mining.
Hoje, ele é um coletor formalizado pelo programa, que tem pontos de coleta instalados nos bairros Vila Olímpia e Pinheiros em São Paulo. A expectativa é chegar a 1.010 pontos só em São Paulo. Todo material coletado pela Green Mining vai para a usina de reciclagem de vidro da Ambev, no Rio de Janeiro, onde é reinserido no processo de produção.
Agora, Antonio trabalha num triciclo, com todos os equipamentos de proteção necessários, levanta às 7h da manhã e pedala durante 6 horas coletando vidro para a startup.
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“Até já fiz um depósito para a minha esposa, ela ficou muito feliz. Eu ando a região toda aqui. Já conheço bem os lugares, o pessoal dos estabelecimentos, vou fazendo amizade. Até me convidam para tomar um cafezinho. Outros me ligam. É uma mobilização coletiva mesmo. O pessoal vai tomando consciência”, afirma.
Graças ao vale transporte, voltou a morar com sua mãe, em Osasco, e já planeja buscar a esposa e os dois filhos, de 7 e 10 anos, que não vê há três anos, para morar com ele.
Parceria Goose Island e Green Mining
A Goose Island realiza um amplo trabalho de divulgação da iniciativa para aumentar o número de estabelecimentos que usam o sistema. A proposta é valorizar o bairro de Pinheiros e conscientizar as pessoas sobre o descarte correto do vidro.
O projeto Green Mining é resultado de um programa de aceleração da Ambev que visa suprir os Objetivos de Sustentabilidade 2025 da multinacional. Por meio de um sistema com algoritmo próprio, é possível mapear, de acordo com dados de venda da indústria, onde estão os pontos de concentração de embalagens pós-consumo.
Nesses pontos, são instalados os Hubs, que são estacionamentos com containers onde os coletores depositam os vidros coletados. A previsão a longo prazo do projeto é contratar cerca de 2 mil coletores formados pelo Reciclar para Capacitar.
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