Tecnologias para sustentabilidade e inclusão social: conheça os projetos do Red Bull Basement 2019

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A imersão hacker desta edição do Red Bull Basement reuniu projetos tecnológicos focados em sustentabilidade e inclusão social. Durante dois meses, cinco projetos tiveram a oportunidade de se desenvolverem mais, utilizando o espaço maker, além de contar com mentorias para pensarem ainda mais em soluções que possam servir a todos.

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O Razões conversou com os criadores desses projetos e vocês podem conferir a seguir o que foi aperfeiçoado e o propósito de cada um deles!

Organic Life

O projeto Organic Life, da dupla Cleiton Emboava e Juliana Silva – relembre aqui – tomou um rumo um pouco diferente do que havia sido planejado no início.

Durante a residência surgiu a ideia de criar uma mini usina de biodigestão anaeróbica, que tivesse uma forma de dimensionamento bastante inclusiva para tratamento do resíduo orgânico. “Nas fazendas, nós já temos usinas de tratamento que geram energia”, explica Emboava.

O próximo passo do projeto é poder viabilizar a construção dessa mini usina para tratar o resíduo orgânico da população. E é nesta parte que entram as cooperativas, “porque é muito mais fácil a associação e a cooperativa ter uma mini usina, gerar energia e dar este desconto em energia para a comunidade do entorno”.

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Emboava também contou que a Organic Life cresceu, ganhou corpo, autenticidade e identidade e que tem sua própria causa. E isso tem a ver com prestar uma consultoria a quem não pretende montar um biodigestor. “Ele tem a opção de contratar também a Organic Life para que ela possa fazer esse estudo de campo, esse mapeamento”, encerra.

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Organic Life – projeto de Cleiton Emboava e Juliana Silva. Foto: Felipe Gabriel/Red Bull Content Pool

Compost.ela

O projeto Compost.ela foi criado pela carioca Julia Ries. A ideia foi seu estudo de TCC, em que abordava o processo de compostagem.

“O motivo maior foi trazer a solução de praticidade e eficiência, e ter todas as questões: livre de odores e se caracterizar com o ambiente de uma cozinha brasileira”, explica Julia sobre a intenção de levar o estudo à frente.

Para ela, a composteira residencial pode ser comparada a um eletrodoméstico que faz parte da nossa rotina para que “a gente pudesse estar transformando nosso resíduo orgânico, assim como uma lava-louça devolve nossos pratos, uma lava roupa devolve nossa roupa, e da gente realmente reutilizar todo nosso resíduo orgânico em adubo”.

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Além disso, a Compost.ela tem uma estrutura fina, que não ocupa muito espaço. Ela tem 30 cm de largura por 40 cm de comprimento e 85 cm de altura.

Ela é capaz de reduzir o resíduo em 70%. “A gente tem uma cubagem hoje de 3 a 5 pessoas, que são 17 litros. Ela reduz esse volume inicial em 70% e ela consegue entregar resíduos já de 1 litro e meio, digamos assim, compostado em um dia. Aí você já consegue ter uma terra rica em nutrientes”.

O display da composteira possui avisos luminosos e suaves, nas cores azul e laranja, com indicadores que falam, por exemplo: “Está 100%, tem que esvaziar a gaveta”.

Julia também explicou ao Razões o que é de fato uma compostagem.

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“A compostagem é a decomposição da matéria orgânica, quando há reciclagem, transformando ela em terra, rica em nutrientes”.

Dentro da Compost.ela é possível colocar: comida processada, como arroz cozido, feijão, cascas de frutas ou frutas inteiras. Até alguns ossos e podas. Já o que fica proibido colocar dentro da máquina são cinzas de cigarro e papel higiênico sujo, “pois vai para o adubo e influencia na planta”, finaliza Julia.

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Compost.ela – projeto de Julia Ries. Foto: Felipe Gabriel/Red Bull Content Pool

ComuRede

Desenvolvido por Filipe Rimes, de Niterói (RJ), a ComuRede é uma iniciativa para gerar impactos sociais nas periferias através de tecnologia livre e acessível. “A gente criou um sistema para notificar moradores por SMS quando tá caindo água, quando tá ocorrendo o abastecimento de água”.

O projeto também gera relatórios por e-mail para que o morador saiba o dia exato em que caiu água nos últimos 30, 60 dias ou outro período que ele queira. Com este documento em mãos ele pode cobrar das distribuidoras, inclusive, se preciso, judicialmente, a qualidade da entrega do serviço.

“Se hoje, para a internet, o mínimo aceitável é 80%, por que para a água a gente pode receber, por exemplo, 30% do tempo só da água na nossa periferia? Então, este sistema, ele é para o empoderamento também das comunidades”, revela Rimes.

O sistema da ComuRede é todo open source (tecnologia aberta), para que qualquer comunidade que sofra dessa falta de estrutura possa instalar por conta própria. Filipe também alerta sobre a questão da manutenção e dos custos, por mais baixos que eles sejam. Portanto, eles pensaram numa solução prática durante a residência.

“A gente criou durante a residência hacker um sistema de anúncios. Então, além do morador receber o alerta de: “Olá, tá caindo água hoje”, ali em anexo vem: apoio – A Padaria do Seu Zé; apoio – Pizza, coma bem por R$ 39,90”, explica.

Este é um jeito de gerar recursos para que o serviço da ComuRede possa continuar a ser oferecido gratuitamente aos moradores das comunidades atendidas e que as mesmas consigam gerenciar o sistema de anúncios, conclui Filipe.

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Filipe Rimes demonstrando o uso do app ComuRede. Foto: Felipe Gabriel/Red Bull Content Pool

Plantrix

O Plantrix é um projeto de São Paulo e um de seus idealizadores, Victor Barão, nos contou que o projeto inicial seria mais uma estufa para crescer planta automatizada.

Porém, “ela foi se tornando ao longo do processo um projeto que envolve também o jardim digital, que é uma estufa, mas envolve um monte de outros jeitos de aproximar as pessoas de plantas”. Além delas poderem ter ideias de como mudar o mundo, de como criar com tecnologia criativa.

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Plantrix – projeto de Vitor Barão. Foto: Felipe Gabriel / Red Bull Content Pool

Na residência, o conceito do Plantrix foi sendo aprimorado e seus criadores foram entendendo o que é o projeto, ao mesmo tempo, em que desenvolviam tecnologicamente o jardim digital.

“Então, com a ajuda dos mentores, do pessoal, a gente foi mudando, experimentado, usando o hardware, software livre, fazendo isso que era uma caixona virar na verdade um dispositivinho que hackeia uma geladeira usada. Então, eu consigo plugar ele em qualquer geladeira usada e ele vira esse jardim digital, totalmente controlado, capaz de se comunicar com a internet”, comemora.

Cão-guia robótico

O Cão-guia robótico é um projeto de Catanduva (SP), criado pela dupla Diego Silva e Marcelo Assis.

Diego trabalhou como professor em um colégio onde havia alunos deficientes visuais e que via a dificuldade deles em transitar por aí, pois não tinham confiança. “Eles seguravam nosso ombro para ir atrás. Porque eles queriam uma proteção de alguém andando na frente para eles não tropeçarem na calçada e eles não gostavam de ir de mão dada”.

A partir daí, Diego teve a ideia de construir o cão-guia robótico e passou o desafio ao seu cocriador, Marcelo Assis, para que fosse seu objeto de estudo do TCC da faculdade. Na ocasião, Assis desenvolveu a primeira plataforma e testes foram feitos nesta mesma escola, que deu um feedback positivo.

Durante a residência hacker, Marcelo conta que aperfeiçoaram em primeiro lugar a questão de rodas e de tração, pois inicialmente ele patinava. “O próprio peso do braço da pessoa acabava segurando o robô na hora de virar para um lado, virar para o outro. E esse foi um detalhe que nós conseguimos resolver legal, comprando rodas emborrachadas, motores mais potentes”.

A parte estrutural, idem. No começo foi utilizado um aspirador de pó. Já neste segundo momento, foi desenvolvida uma estrutura mais compacta e robusta.

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Cão-guia robótico – projeto de Diego Silva e Marcelo Assis. Foto: Felipe Gabriel/Red Bull Content Pool

No primeiro projeto era um celular que realizava toda parte de visão computacional e agora “nós já conseguimos comprar câmera e microcomputador para fazer todo esse processamento das imagens para poder gerar a imagem que ele tá reconhecendo e transmitir na forma de áudio”, finaliza Marcelo.

Além do uso de tecnologia em todos os projetos, o que podemos notar também na residência hacker deste ano foram ideias ligadas à sustentabilidade e à inclusão social.

A parte estrutural, idem. No começo foi utilizado um aspirador de pó. Já neste segundo momento, foi desenvolvida uma estrutura mais compacta e robusta.

No primeiro projeto era um celular que realizava toda parte de visão computacional e agora “nós já conseguimos comprar câmera e microcomputador para fazer todo esse processamento das imagens para poder gerar a imagem que ele tá reconhecendo e transmitir na forma de áudio”, finaliza Marcelo.

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