Você comeria em um restaurante que fica dentro de um presídio? A ideia pode causar certo estranhamento, mas quem já frequentou o Interno, no Presídio Distrital de Mulheres de San Diego, na turística Cartagena, Colômbia, acharia mais estranho ainda você recusar um convite.
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O restaurante foi inaugurado há quase dois anos. Cerca de 25 detentas, entre cozinheiras e atendentes, tocam o negócio. Como em qualquer negócio, o lucro é distribuído entre as detentas e usado para melhorar sua qualidade de vida dentro do presídio. As informações são da BBC Mundo.
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Além de tudo, o restaurante tem um grande potencial de ressocialização, pois as detentas estão em contato direto com pessoas de fora da cadeia – o que não faltam são turistas. Antes da inauguração do Interno, elas tiveram aulas de culinária e também de etiqueta para atender os clientes da melhor forma possível.
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“No dia em que inauguramos demãos para cada uma das 180 presas beliches e colchões novos”, diz Johana Bahamón, gestora e diretora do restaurante.
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“Muitas delas tinham que dormir no chão e a ideia com este projeto é que melhorem suas condições de vida”, acrescenta a atriz colombiana que há cinco anos se dedica a trabalhar pelos detentos de presídios da Colômbia, com sua Fundação Teatro Interno.
O Interno é inspirado no restaurante InGalera, que funciona em um presídio masculino em Milão, na Itália. Bahamón ouviu falar da iniciativa em um programa de rádio. “Quando soube que existia algo assim viajei para Milão e passei cinco dias prendendo como funcionava”, lembra.
Entusiasmada com o que viu, ela apresentou a ideia para o Presídio Distrital de Mulheres de San Diego e, dois meses depois, começaram a ser capacitadas. Mais dois meses e as portas do Interno foram abertas, no centro histórico de Cartagena. O lugar é um dos destinos mais frequentados e exclusivos da Colômbia, onde o metro quadrado pode custar mais de 3 mil dólares (pouco mais de 12 mil reais).
Bahamón conseguiu financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para cobrir parte dos custos que permitiram a abertura do restaurante. Nos cursos de capacitação das detentas, participaram alguns dos mais renomados chefs colombianos, que também doaram recursos para o Interno.
crédito das fotos: Reprodução/Instagram @restauranteinterno
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