Na correria do dia a dia, a gente não se dá conta do tempo passando e por vezes estamos mais vidrados na tela do celular do que no mundo ao redor. Há muito tempo atrás, as coisas eram bem diferentes. Amália Beltran, uma senhorinha de 91 anos, recorda com carinho do momento em que conheceu o amor de sua vida no trem da Estação da Luz, em São Paulo.
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Neta de italianos, ela sempre esteve em constante movimento. Nasceu na Lapa, morou em diversos bairros, mas foi no bairro Piqueri, zona Oeste da capital, onde se instalou por longos 65 anos de sua vida. A região faz parte de sua história, mesmo que agora ela tenha voltado a viver na Lapa, numa casa de repouso.
Foi no vai e vem para o trabalho em uma fábrica de confecção, no Bom Retiro, que a costureira começou a trocar olhares com o futuro marido. “Eu tomava trem na Lapa e ele na Água Branca. A gente se via todo dia. Ficávamos nos olhando, olhando…e uma vez, quando nos encontramos também a noite, ele veio puxar assunto, veio conversar comigo no trem”, contou ela ao Razões para Acreditar, ainda com aquele brilho nos olhos.
A conversa evoluiu para um namoro, mas esse amor, ao contrário do que muitos possam imaginar, era proibido. “Naquela época não existia divórcio e ele era casado. Então eu tive que esperar 18 anos para casar com ele! Mas foi muito bom, foi uma fase muito boa da minha vida”, relembra. Os dois viveram momentos intensos viajando pelo litoral Norte de São Paulo, capítulos marcantes para Amália. “Lá é muito lindo! Fui tão feliz com ele…”.
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Quando veio, enfim, a lei do divórcio, em 1977, ele se separou para poder ficar com a amada. Aos 50 anos, Amália casou com aquele que fazia o seu coração bater e as pernas tremerem de emoção. Uma segunda chance foi dada para o amor. “A família dele foi vendo como eu o tratava, como a gente se gostava. A filha dele frequentava a minha casa e tudo”.
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Assim ficaram juntos, por 26 anos, e optaram por não ter filhos. Apesar de ser viúva há 11 anos, a relação se mantém firme, porque ela ainda dorme com o maridão. Como? “Coloco uma fotografia dele debaixo do travesseiro toda noite”, revela. E eu, observando sua fala apaixonada, indago: “e ele era gatinho, Amália?”. Ela responde, com a mesma empolgação de uma adolescente: “Era um gatão!”.
E quem diria que o ferro teria alguma coisa a ver com essa história. O minério, que é o principal produto da Vale, foi o grande responsável pela criação das linhas de trem e até hoje algumas ferrovias ajudam a ligar não só destinos, mas histórias de amor como a da Amália. O ferro encurta distâncias e aproxima as pessoas.
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Foto: Divulgação
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