A estudante Luisa de Souza Rocha, de 25 anos, encarou o ensino superior, ao mesmo tempo em que ajudava a cuidar da sua avó, e realizou seu maior sonho: conseguir um diploma na universidade. O certificado é símbolo de um feito inédito: de acordo com o Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas de Minas, ela é a primeira mulher com síndrome de Down a se formar neste curso no Brasil.
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Luísa colocou grau no início deste mês sob aplausos efusivos dos seus colegas de turma e familiares.
“Foi bom demais. Eu falo que a Alice [filha mais velha] foi maravilhoso ver se formando. Mas a Luisa, quando se formou, para mim, é como se tivesse feito mestrado, doutorado”, disse a mãe coruja, Marisa de Souza Rocha Camargos. “Calma, mãe, que eu vou fazer ainda”, brincou Luisa.
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Para aqueles que acham que só pelo fato de ter síndrome de Down a deixou em desvantagem frente aos outros colegas, Luísa responde: “Já fui destaque acadêmico”.
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Dedicada, a formanda garante que ainda pretende estudar muito no futuro, visando obter melhor qualificação profissional. “Quero também dar aulas. Meu professor falava que eu tenho que ensinar também”, disse.
Luísa chegou a fazer vários testes vocacionais na época do ensino médio antes de escolher o curso de Relações Públicas. “Deu humanas. Sou muito comunicativa. Fiquei pesquisando e me apaixonei pela profissão. Até hoje pesquiso muito.”
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Desde 2015, a jovem trabalhava numa rede de supermercados, conciliando o emprego com os estudos. Eventualmente, acabou deixando o trabalho para fazer estágio na área de atuação, dentro da própria faculdade. Descobriu a área em que gostaria de atuar. “Gosto da parte de eventos e de jornalismo”, contou.
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A mãe e a irmã – cinco anos mais velha – acompanharam de perto os anos na universidade. “Alice é uma irmã que ‘empurra’ a Luísa. É engenheira mecânica, mas acompanha a mais nova em tudo. É ela quem tem a agenda toda da caçula”, disse Marisa. “Ela é metade minha irmã, metade mãe. É a minha ‘irmãe’”, brincou a jovem RP, que também contou com apoio de psicopedagoga durante toda a vida escolar.
Desafios com a síndrome de Down
Dona Marisa conta ter descoberto que a filha tinha síndrome de Down duas horas após o seu nascimento. Ainda hoje, ela jamais mediu esforços para que Luisa tivesse uma vida com absoluta autonomia.
Durante a adolescência, Luísa e sua família tinham uma rotina pesada. A jovem tinha atendimentos de terapia ocupacional, psicólogos e fonoaudiólogo pela manhã, escola à tarde e atividades esportivas à noite. “Nunca me senti cansada. Nunca quis parar”, disse a jovem.
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“Sou uma mãe que via a questão da síndrome de Down de outro lado. Acho que tem é que ‘empurrar’ mesmo. Sempre tive muita esperança de que minha filha seria assim”, contou Marisa. Para ela, esta foi uma forma de estimular o desenvolvimento de Luísa.
Baladas e afins
Luísa manifesta orgulho em falar sobre sua independência: ela costuma sair e se divertir com seus amigos, ‘curte’ uma balada e toma “cervejinha de vez em quando”. Ela ainda não namora.
O apoio incondicional da família estimulou a jovem a criar o Projeto Bagaceira. Uma vez por mês, ela leva outros jovens com síndrome de down para bares e “noitadas”. O objetivo é que os amigos também desenvolvam maior autonomia nas atividades do dia a dia.
“Eu saio muito. Levo meus amigos junto”, contou Luísa, que ainda disse ser blogueira e ter mais de três mil seguidores nas redes sociais.
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Fonte: É Mais Goiás/Foto de capa: Patrícia Fiúza/G1/Fotos: Reprodução/Facebook
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