Há cerca de um ano, Taís Maraba, 33, tenente da Polícia Militar de Alagoas, moveu montanhas para adotar a pequena Heloísa Angélica, hoje com 2 aninhos de vida.
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Heloísa nasceu com microcefalia, uma condição em que a cabeça de um bebê é menor do que o esperado, em geral devido ao desenvolvimento anormal do cérebro.
A menina passou meses na fila de adoção do estado de Alagoas até ser acolhida por Taís, que é apaixonada na criança desde que a viu pela primeira vez.
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Vontade de ser mãe
Em entrevista ao portal Universa, a tenente contou que a vontade de ser mãe acompanha ela desde a adolescência.
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“Ainda tenho recordações daquela época, quando já projetava a maternidade. Mas foi só na fase adulta que comecei a me aproximar de pessoas — com leituras e conhecendo grupos — que faziam referência aos processos de adoção legal no Brasil. Foi quando eu tomei conhecimento que toda e qualquer pessoa, independente de sexualidade, gênero ou mesmo de estado civil, pode se inscrever no cadastro de adoção“, explicou Taís.
Por três anos, a policial se aprofundou nos processos judiciais de acolhimento enquanto amadurecia seu psicológico. “Quando me senti pronta, procurei a Vara da Infância de Maceió e me inscrevi no SNA, o Sistema Nacional de Adoção”, disse ela.
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Amor incondicional
Para Taís, todo processo de adoção tem como objetivo maior exercer a maternidade ou a paternidade, e, no final das contas, não faz muito sentido ser extremamente rigoroso no perfil de busca da criança.
“O pai e a mãe amam o filho como esse filho é! Não tem lógica a gente eleger uma série de atributos, dizer: ‘Ah, eu só posso amar se for dessa cor, se for desse gênero, se for dessa maneira'”, opinou.
Em outras palavras, a adoção precisa ser vista como apenas mais uma maneira (de muitas) de se constituir uma família, sem fazer distinções.
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“Família a gente ama, acolhe, se esforça para suprir as necessidades, principalmente quando tem uma criancinha assim, como a Heloísa, que tem tantas dificuldades físicas e psíquicas”, afirmou a tenente policial.
Processo até a adoção
Taís viu a pequena Heloísa pela primeira vez através de um vídeo no YouTube, no canal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Naquela época, o TJ havia iniciado um projeto de busca ativa, que é quando os tribunais disponibilizam vídeos de crianças ou adolescentes disponíveis para adoção, de modo a acelerar o acolhimento.
As famílias pretendentes podem demonstrar interesse por alguma criança sem precisar seguir a ordem cronológica de inscrição no sistema, o que facilita a adoção de crianças com deficiência ou grupos de irmãos biológicos.
Quando Taís viu o vídeo da menina, disse, na hora, “é ela!“.
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“Inclusive eu tinha entrado havia pouco tempo no cadastro. Fui a primeira pessoa a demonstrar interesse por ela, e já foi dado início à aproximação on-line. Na época já estávamos na pandemia, e todo o procedimento de aproximação para eu ter o diagnóstico, a realidade médica dela ocorreu à medida que a aproximação acontecia”, relatou a mamãe adotiva.
De acordo com Taís, sua filha tem, além da microcefalia, paralisia cerebral, epilepsia e faz uso de sonda gástrica, o que implica em uma rotina bem agitada.
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Rotina de terapia
“Ela tem terapias quase todos os dias, faz acompanhamento com fisioterapia, terapeuta ocupacional, com fonoaudiologia, fisioterapia visual, neuropediatra, pediatra, nutricionista e gastropediatra também”, contou.
Por conta do trabalho na Polícia Militar, nem sempre Taís consegue levar Heloísa às terapias. Para driblar essa limitação, ela conta com a ajuda de sua mãe, uma “superparceira” na missão de cuidar e amar Helô da melhor maneira.
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Rede de apoio familiar
“[Minha mãe] é parte do alicerce fundamental da rede de apoio. Não só ela: têm os demais membros da minha família. Até Instagram dela criamos. (@heloisa_angelica19). Todo mundo acaba assessorando com Heloísa, tanto na assistência médica e terapêutica dela, quanto nas relações familiares convencionais”, explicou a mamãe adotiva.
E é graças a essa rede de apoio familiar e fraterna que Heloísa tem sido muito amada desde sua adoção, oficializada na Justiça há um ano.
Sobre todo esse processo até finalmente levar a menininha para casa, Taís deixa uma reflexão: “que a gente busque naturalizar a adoção e tornar o nosso olhar mais amoroso em relação a diversidades. E, assim, que a gente alcance essas pessoas que estão nos abrigos à espera de uma família.”
Fonte: Universa
Fotos: Arquivo pessoal
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