“Se eu me descobrisse antes, acho que teria dificuldades para conseguir qualquer emprego”, diz Tiana, colaboradora do McDonald’s há cinco anos. Ela entrou na empresa ainda como um homem gay cis, entendendo-se como uma mulher trans algum tempo depois.
O que Tiana diz não é nenhum exagero. De fato, mulheres trans e travestis enfrentam inúmeros obstáculos para ingressar no mercado de trabalho formal devido ao preconceito. Por falta de oportunidades, a maior parte dessa população tem a prostituição como sua única fonte de renda e subsistência.
Tiana começou sua trajetória no McDonald’s – o seu primeiro emprego com carteira assinada –, em 2019, e ela relata ter recebido total apoio da sua primeira Gerente de Unidade no início do seu processo de transição.
“A reação dela quando mencionei o meu desejo foi a de uma mãe. Ela ficou preocupada e perguntou: ‘Você tem certeza de que é isso o que você quer?’. E então, ela me ajudou a colocar o meu nome social no meu crachá e a trocar de banheiro”, conta Tiana.
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“No Méqui, eu posso ser a Tiana”
Em 2020, Tiana foi transferida para outro restaurante e recebeu o mesmo acolhimento que tinha no anterior. Ela fala com muito carinho sobre a sua atual Gerente de Restaurante e sua antiga Administrativa.
“Elas colocaram o meu nome social na escala e também no espelho de pontos. Hoje, eu tenho o nome retificado em todos os documentos do McDonald’s. Eu nunca achei que seria tão acolhida por uma empresa como estou sendo hoje”, afirma.
Esse acolhimento não é episódico e nem pontual. Criado há sete anos pela Arcos Dorados, franquia responsável pela operação do McDonald’s em 20 países da América Latina e Caribe, o programa Cooltura de Serviço incentiva os funcionários da empresa a serem quem são. É a maneira espontânea que cada um tem de gerar sorrisos e bons momentos e garantir uma experiência única para colegas e clientes, respeitando suas características. A iniciativa está diretamente ligada à atuação da companhia em Diversidade & Inclusão, pilar que faz parte da estratégia de ESG da Arcos, a Receita do Futuro.
“Não me vejo saindo do Méqui porque realmente ali dentro eu sou a Tiana. Acho que se eu fosse pra outro emprego, a pessoa ia dizer: ‘Seu nome de batismo tá aqui na folha, então eu vou te chamar por ele. Não vou te chamar pelo nome que você quer’. Isso realmente acontece em outros lugares. Tipo, ‘seu nome não tá trocado na Justiça’. A gente sofre muito”, disse.
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Depois de dois anos como Atendente, Tiana foi promovida para Embaixadora da Experiência do Cliente. Ela ficou um ano no novo cargo e, recentemente, foi promovida para Supervisora.
“E recebo um apoio muito grande de todos os colegas. É a minha segunda casa. Tipo, sou muito respeitada por todo mundo. Ninguém falta com respeito comigo”, destacou.
No vídeo abaixo, Tiana fala mais sobre vida pessoal e a sua trajetória no McDonald’s. Dá o play!
