A notícia mais esperada dos últimos meses no país chega em uma tarde de domingo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. E logo após a aprovação, por unanimidade, a vacinação já foi iniciada em São Paulo.
A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos de idade, foi a primeira a receber a vacina da CoronaVac. Mônica é enfermeira intensivista, trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Além de ser profissional de saúde, também tem obesidade, sofre de hipertensão e diabetes. Ao ser vacinada, simbolizando o início da imunização no país, ela se emocionou bastante.
“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, afirmou a enfermeira. Nossa, discurso forte e emocionante da enfermeira, mulher, negra e que mora na Zona Leste paulista.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Atuando desde maio na linha de frente de combate à Covid-19, Mônica Calazans decidiu trabalhar no Instituto mesmo sabendo do risco. “A vocação falou mais alto”, disse.
Mônica representa muito bem a população brasileira por vários motivos. Ela trabalhou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e decidiu fazer faculdade anos mais tarde, tendo conseguido o diploma aos 47 anos.
Ela é viúva, mora com o filho e cuida da mãe, de 72 anos de idade. No ano passado, Calazans ganhou o prêmio Notáveis CNN 2020 pela sua luta contra o coronavírus.
“Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. Quem tem um dom de cuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona,” disse.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
A vacinadora incumbida da missão de realizar a primeira imunização do país foi a enfermeira Jéssica Pires de Camargo, da Coordenadoria de Controle de Doenças e mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo.
“Não esperava ser a pessoa a aplicar esta primeira dose. Isto me enche de orgulho e esperança de que mais pessoas sejam protegidas da COVID-19 e que outros colegas de profissão possam sentir a mesma satisfação que sinto ao fazer parte disso”, afirmou Jéssica.
E tem mais. A primeira indígena a ser vacinada, já que os índios também fazem parte do grupo prioritário da vacina, foi também uma enfermeira. E Mônica anunciou com prazer:
Apesar da chegada da vacina, muita gente ainda está sofrendo, a exemplo dos pacientes de Manaus, que ficaram sem oxigênio esta semana. Fizemos uma vaquinha no VOAA para levar cilindros de oxigênio ao estado do Amazonas. Clique e contribua!
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Vacinação deve ser estendida para todo o país
Com a aprovação do uso emergencial das vacinas, a projeção do Ministério da Saúde é que até a próxima quarta-feira, 20, a campanha de imunização seja estabelecida em todo o país.
A CoronaVac é da farmacêutica chinesa Sinovac/Biontech e, no Brasil, é produzida conjuntamente com o Instituto Butantan. A outra vacina é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
A autorização para uso emergencial se restringe ao pedido das duas produtoras das vacinas para os lotes que já foram produzidos, de seis milhões de doses da CoronaVac e dois milhões da Oxford/AstraZeneca.
Isso já é uma ótima razão para acreditar que teremos dias melhores em breve.
Fonte: saopaulo.sp.gov.br