Internautas fazem vaquinha para ajudar autista severo que em crise precisa ficar amarrado

0
2932
julio autista amarrado ceara

O jovem Julio Autran, 23 anos, tem autismo de grau severo. Ele não consegue controlar a própria força e sofre recorrentes crises de agressividade e automutilação e por isso durante essas crises ele precisa ficar amarrado, “foi a única forma que encontramos”, depois da crise eles os soltam.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

A mãe, Efigênia Rocha Ribeiro, 44 anos, não tem condições de pagar uma clínica integral para internar o filho. Hoje, ele vive somente de remédios controlados para o tratamento do autismo.

Quero contribuir com a vaquinha do Julio

Os dois vivem em Fortaleza (CE) e a casa deles não tem mais móveis por conta das crises do Julio. Ele quebrou tudo, desde cadeiras a armários. Ele dorme apenas num colchão que fica no chão da casa. O objetivo da vaquinha também é ajudar a família com os móveis para a residência. Os móveis deverão ser de aço ou com madeira mais resistente para que o Julio não consiga quebrá-los. Hefy, como todos a chamam, disse que nunca nem foi atrás desses móveis pois sabe que são muito caros.

“Para ter uma ideia, minha casa não tem mais portas, ele quebra tudo. Ah, gostaria tanto de uma mesa. É horrível não ter uma mesa, nem cadeira, sinto falta demais”, desabafou dona Efigênia.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

autista severo julio amarrado
Móveis completamente destruídos por conta das crises do Julio.

Julio também tem dificuldades na fala, a última vez que teve acompanhamento com fonoaudiólogo foi há dez anos! A mãe relatou para a redação do Razões que não consegue mais controlar o filho e que nos momentos das crises, ele também a agride, por isso teve que começar a mantê-lo amarrado.

A dona Efigênia conta com a ajuda do padrasto do Julio, o Jaco Ferreira de Mello, 53 anos, para dar banho nele e caminhar. “Eu sozinha não consigo cuidar dele e o padrasto não está mais fisicamente aguentando”, disse a mãe.

autista severo julio amarrado
O padrasto Jacó, Julio e a mãe, a dona Efigênia

“Existem momentos que eu tenho que amarrá-lo, ele tem uma força que ninguém daqui de casa consegue controlar e essa é única forma de contê-lo. Para ter uma ideia, um dia desses o Julio entortou uma grade de ferro. Então, tem momentos que preciso amarrá-lo sim, para que ele não se machuque e machuque nós”. Para ajudar a mudar essa situação e custear um tratamento digno pro Julio, contribua aqui.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

autista severo julio amarrado

O agravamento do autismo

A mãe relatou que o Julio foi diagnosticado com autismo aos cinco anos de idade, mas que nunca conseguiu pagar um tratamento adequado para o filho. O diagnóstico veio depois que ela identificou que o filho não desenvolvia a fala.

“O Julio, com um ano de idade não dormia! Eu dava chá, balançava ele na rede e nada dele dormir, isso me espantava. Com quatro anos aumentou a hiperatividade dele. Ficamos muito preocupados, ele não parava quieto um segundo”, contou a mãe.

autista severo julio amarrado

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

“Na primeira vez, o médico disse apenas que ele era hiperativo, depois ele foi diagnosticado com algum retardo mental moderado. Mas nessa época, nem laudo ele tinha. Depois, aos cinco anos, eu já estava cansada de cada médico dizer alguma coisa e resolvi pagar uma psiquiatra infantil e então tive o laudo de autismo”.

Ela explicou também que antes mesmo do diagnóstico, aos três anos, o filho já fazia acompanhamento com fonoaudiólogo, porém, não conseguiu dar continuidade a partir dos 11 anos de idade por questões financeiras e de transporte.

“Para ter uma ideia, ele conseguia ler! Eu o incentivava muito! Seu autismo se agravou depois dos 11 anos e foi devido ao falecimento dos avôs. A minha mãe quando ele tinha seis anos e o meu pais quando ele tinha 11. Isso acabou com ele e foi então que ele começou a quebrar tudo que tinha em casa. Nunca mais ele voltou a ser como era”. Mas um tratamento adequado pode recuperá-lo! Contribua aqui.

A falta que informação fez com que o Julio recebesse diagnósticos errados e tomasse muitos remédios.

“Para o médico me explicar o que era autismo, ele falou para eu ver o filme Ray Man com o Tom Cruise. Então, pra mim o Julio ia ser um autista igual ao que o cinema me mostrou. Não tínhamos internet, não tínhamos mesmo uma fonte para pesquisar sobre o autismo”, relatou a mãe.

Tratamento

A mãe gostaria muito de pôr o filho numa clínica integral, onde ele pudesse receber o tratamento adequado, porém, não tem condições financeiras. Ele faz acompanhamento duas vezes por semana com o CAPS, mas isso não atende nem uma pequena parte das necessidades do Julio.

Ele precisa muito de acompanhamentos com terapeutas comportamental e sensorial, fonoaudióloga e psicóloga.

Dona Efigênia tentou outras escolas especiais, mas as pessoas tinham medo dele, por que ele agredia e até rasgava as roupas delas.

“Projetos diferentes da prefeitura, nunca tiveram vaga. Eu só recebia não. Depois dos 18 anos dele, sempre foi uma batalha para que ele fosse atendido pelo SUS”, contou. Contribua para um tratamento digno para o Julio aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=_wbxNTiY6J4&feature=youtu.be

A família sobrevive apenas com a pensão do pai do Julio e com o BCP (Benefício de Prestação Continuada). O padrasto, quando consegue ir trabalhar, trabalha consertando panelas.

“Dei aula de 2014 a 2018 como professora temporária, agora só dou aulas de reforço”, contou Efigênia.

https://www.instagram.com/p/BzVXYIciSev/?utm_source=ig_web_copy_link

Educação

O Julio nunca conseguiu ficar mais do que três meses numa escola, isso devido à falta de preparo das escolas públicas com um aluno como ele.

“Tentei por ele com quatro anos, cinco anos numa escola especial daqui, depois com oito, dez e até com 18 anos, mas ele não ficava na aula. Só ficava arrancando as plantas da escola”, disse a mãe.

História sofrida

A mãe do Julio nos contou uma história muito sofrida. Que vai desde o abandono paternal – o pai do Julio nunca quis saber do filho, ela só conseguiu a pensão pela justiça – e até o afastamento das pessoas por conta da situação da família.

Quando Julio tinha seis anos de idade, a Efigênia teve mais um filho, o Jonas, mas, teve que entregá-lo a sua irmã pela situação da casa e por tudo que já estavam passando.

“Quatro anos depois, eu peguei esse meu filho novamente para morar comigo. Foi então que a situação ficou mais complicada. O Julio não aceitava ter mais uma criança em casa. Ele chegou a pegar uma faquinha e machucar o irmão. Ele tinha 11 anos. Era uma convivência complicada, isso me abalou muito, não sabia mais o que fazer, eu entrei numa depressão muito grande, eu não tinha mais vontade de viver”.

A família a chegou a mudar de casa, pois estavam tendo problemas até no bairro que moravam.

“O Julio gosta de arrancar plantas, galhos, e ele fazia isso na vizinhança. As pessoas ficavam com muita raiva, queria até agredir a gente. Eu vendi a casa e comprei essa casa aqui. Mas na primeira semana nessa casa, ele quase me estrangula, ele estava com 14 anos, foi então que ele foi internado num hospital psiquiátrico”.

A mãe explicou que ele já internado várias vezes em hospitais psiquiátricos, mas que voltava pior. Teve que devolver o filho Jonas novamente para a irmã, pois as crises do Julio estavam cada vez piores.

“Em 2011 o padrasto do Julio veio morar com a gente e desde então, ele tem sido importante para o Julio, acredito que ele preenche um vazio que existia nele, sabe? Ele tem paciência com o menino e sabe lidar muito bem com ele, até melhor do que eu. O Julio obedece só ele, o trata como pai. Claro que em crise, ele agride até o padrasto, mas ele consegue controlar o Julio”.

A história dessa família mexeu demais com a gente e queremos muita ajudar a dona Efigênia e o Julio, ele merece ter uma vida de qualidade e a mãe também!

Vamos ajudá-lo? Contribua com a vaquinha clicando aqui e vamos mudar essa história!

crédito das fotos: Arquivo pessoal

Quer ver a sua pauta no Razões? Clique aqui e seja um colaborador do maior site de boas notícias do Brasil.